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terça-feira, fevereiro 21, 2023

AIDS: QUINTO PACIENTE CURADO APÓS TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA É ANUNCIADO POR CIENTISTAS

Cientistas anunciam quinto caso de cura da AIDS


Após transplante de medula óssea, homem de 53 anos com leucemia entrou em remissão do vírus HIV na Alemanha

Em estudo publicado nesta segunda-feira 20, na revista científica Nature Medicine, cientistas do Hospital Universitário de Düsseldorf, na Alemanha, anunciaram o quinto paciente curado do HIV – vírus que provoca a AIDS – após transplante de medula óssea. Segundo o relatório, o homem de 53 anos, cuja identidade não foi revelada, mas é chamado de “paciente de Düsseldorf”, tinha leucemia, era positivo para HIV tipo 1 (HIV-1) e entrou em remissão para o vírus depois que recebeu células-tronco de um doador com genética resistente ao vírus, tal como os casos anteriores.


"Desde o início, o objetivo do transplante era controlar tanto a leucemia quanto o vírus HIV”, afirmou Guido Kobbe, médico que realizou o procedimento. A leucemia do paciente é do tipo mieloide aguda (LMA), espécie de câncer diagnosticada em 2011, seis meses depois que ele começou o tratamento contra o vírus da AIDS. Dois anos depois, em 2013, para conter o avanço do tumor, ele passou por um transplante de medula óssea, época em que os especialistas iniciaram uma busca por um doador que possuísse o CCR5, mutação rara, mas natural, que torna o indivíduo geneticamente resistente à maioria das cepas do HIV, bloqueando a infecção e interrompendo a replicação viral.


Em 2018, após cinco anos de acompanhamento, os médicos resolveram interromper o tratamento antiviral, argumentando que era a única forma de saber se ele estava realmente curado. Observaram então que o paciente não apresentava nenhum traço do vírus da AIDS capaz de provocar uma infecção, além de medirem níveis decrescentes de anticorpos específicos para o patógeno. “Esses resultados são fortes evidências de que o HIV-1 foi curado”, escreveram os cientistas no estudo.


“Isso mostra que essas abordagens são promissoras e também reprodutíveis, já que não é um caso isolado”, disse Jürgen Rockstroh, professor e chefe de infectologia no Hospital Universitário de Bonn, na Alemanha, que não esteve envolvido na pesquisa.






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